domingo, 19 de maio de 2013
Brasileiro protesta doando roupas da Abercrombie a sem-tetos
São Paulo - Para jovens “descolados” e mulheres “em forma”. A notícia de que a Abercrombie & Fitch teria excluído intencionalmente modelagens G e GG de suas lojas desencadeou uma onda de protestos na web esta semana. Um consumidor brasileiro uniu-se ao coro, e iniciou o movimento Abercrombie Popular, que distribui roupas da marca para moradores de rua em São Paulo.
A campanha, idealizada pelo estudante de design de produto Isaias Zatz, de 21 anos, é uma reação à estratégia de imagem da empresa, afirma o criador. “Sempre considerei a marca um tanto elitista. Era usada como um símbolo social, uniforme de gente rica que visita a Disney World. Fiquei indignado com o posicionamento e a ideia surgiu daí”, explicou Zatz à Exame.com.
Com postagens concentradas em um tumblr, o estudante incentiva a doação de roupas da Abercrombie para desabrigados e compartilha fotos das ações. As primeiras peças foram distribuídas na região dos Campos Elísios, Santa Cecília, na capital paulista - eram duas camisas que Zatz ganhou de presente. Hoje, ele convoca doações de terceiros através do próprio tumblr e de uma página da iniciativa no Facebook, que ultrapassa mil likes.
A ação do brasileiro afina-se à ideia do internauta americano Greg Karber, que lançou no Youtube o movimento #FitchTheHomeless também nesta semana. Karber distribuiu peças da A&F para desabrigados em Los Angeles, mas não serviu de inspiração para a versão nacional, segundo o paulistano - a primeira postagem do tumblr é de dois dias antes do vídeo do americano ir ao ar. "Não conhecia o movimento, acho que essas ideias surgem espontaneamente de pessoas que tem o mesmo ponto de vista", afirmou o estudante.
Sucesso entre adolescentes americanos, não é de hoje que a varejista de moda é agressiva em sua busca por consumidores "atraentes e populares". Em 2006, o CEO Mike Jeffries deu uma entrevista polêmica ao site Salon afirmando que a marca é, sim, excludente. "Em toda escola há adolescentes que são legais e populares, e há aqueles que não são tão legais. Nós estamos atrás dos legais", afirmou.
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