domingo, 19 de maio de 2013

Era do dólar barato vai chegando ao fim

Com o maior crescimento relativo dos EUA e a perspectiva de retirada de estímulo monetário no país, analistas apostam que a era do dólar barato está terminando São Paulo - Com o crescente debate sobre quando o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, começará a retirar os bilhões de dólares que injeta diariamente na economia dos Estados Unidos, ganha força entre analistas e investidores a aposta de que a era do dólar barato no mundo está chegando ao fim. Na semana que passou, o dólar subiu 0,54% em relação ao real, fechando a R$ 2,038, acumulando uma valorização de 1,9% nos últimos 30 dias. Com base na cotação mais baixa do dólar neste ano, quando atingiu R$ 1,942 no dia 8 de fevereiro, a moeda americana já acumula ganho de 4,94%. Mas não é somente em relação ao real que o dólar mostra sua força: na última semana, a moeda americana contabiliza alta de 3,07% sobre o iene e de 1,2% sobre o euro. Em relação às chamadas "moedas commodities", ou seja, as divisas de países exportadores de matérias-primas, como soja e minério de ferro, o dólar teve ganho de 3% sobre o dólar australiano e de 2,95% sobre o dólar da Nova Zelândia. "O cenário internacional recente tem favorecido a valorização do dólar ante as principais moedas de países avançados e emergentes", diz o economista-chefe do banco J.Safra e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall. "Pesa sobre esse comportamento o maior crescimento relativo dos Estados Unidos entre os países do G-7 e a perspectiva de retirada de estímulo monetário nos EUA, com a taxa de desemprego (7,5%) aproximando-se do patamar definido pelo Fed, de 6,5%, em que o banco central americano consideraria elevar a taxa de juros." O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê expansão de 1,9% da economia americana neste ano, mas vários economistas começaram a revisar para cima suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, apesar do impacto recente dos cortes automáticos de gastos públicos. De qualquer forma, a crescente expectativa entre investidores de que, com a recuperação da economia americana, o Fed começará a reduzir, por exemplo, o programa de compra de ativos de US$ 85 bilhões ao mês, provocou uma alta nos juros de mercado, o que, por sua vez, já tornou as aplicações em dólar mais atraentes do que em outras moedas. Os juros pagos pelos títulos do Tesouro americano com vencimento em 10 anos subiram 11% no acumulado deste ano. Esse papel fechou 2012 pagando uma taxa de 1,759%. Na sexta-feira, 17, a taxa fechou em 1,952%. E, se o Fed vier, de fato, a retirar os estímulos monetários, há quem espere que os juros do papel de 10 anos possam bater 2,75% ou mesmo 3% no fim deste ano.

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